Pires. ‘A ideia da barbicha é do Anelka’

O pai de Pires está prestes a defender as cores de Portugal na Guerra do Ultramar em Angola e escapa-se para França. É lá que nasce o seu filho Robert Pires, com história feita nos grandes palcos. Não através de golos, mas sim de assistências. É seu o passe para o primeiro golo de ouro em Mundiais (Blanc vs. Paraguai nos oitavos-de-final do Mundial-98) e é também da sua autoria o cruzamento para o definitivo 2-1 sobre a Itália, na final do Euro-2000.

No dia dessa final, o Pires está com um look diferente.

Ahhh, a barbicha do D’Artagnan. Foi uma brincadeira com o Anelka. Não me lembro já muito bem o que era mas o castigo era deixar crescer a barbicha. Não te conto o sucesso…

Conta lá.

Depois desse Europeu e das férias, regressei ao Arsenal e começaram a tratar-me por D’Artagnan. Ainda por cima, éramos quatro franceses no Arsenal, Wiltord, Titi [Henry], Patrick [Vieira] e eu, por isso dava a conta certa.

Nesse Euro, jogaste com Portugal nas meias-finais?

Oui, entrei na segunda parte. Esse Euro foi engraçado porque o roupeiro da França era um português chamado Manu [Diamantino de Faria] e estávamos sempre a gozar um com o outro. Bem, eu comecei quando estava 2-0 para Inglaterra. Vocês deram a volta, começaram a ganhar e o Manu falava, falava, falava.

in jornal i, Jun 2012