Riva. ‘Mostra-me um golo insignificante’
Para quem não o conheça, Luigi Riva está ligado à história da Itália por ter indicado o caminho para a vitória no Euro-68 (Jugoslávia 2:0 na finalíssima de Roma) e por ter garantido a qualificação para a final do Mundial-70, naquele inacreditável prolongamento com a RFA (4-3 a merecer uma placa de homenagem no Estádio Azteca, na Cidade do México. Além disso, é três vezes melhor marcador da liga italiana pelo Cagliari, o clube do seu coração e com o qual é campeão italiano em 1970.
Vi imagens da finalíssima do Euro-68. Belo golo.
Obrigado.
Mas porque festeja com a cara fechada?
O golo não é o mais importante no futebol, é tudo. Mostra-me um golo insignificante. Quando um avançado não marca, o seu carácter muda e começa a ficar triste, argumentativo, inseguro, egoísta e alterado. Ao marcar aquele golo à Jugoslávia, fiquei com aquela cara, um misto de alegria-raiva por ter desequilibrado a finalíssima.
Há diferenças entre o avançado-centro de 1968 e o de 2012?
O de hoje só se safa se for completo mas também os havia há 40/30 anos. Por exemplo, o Cruijff. Era rapidíssimo, inteligentíssimo e sujo quando necessário. Se ele jogasse agora, safa-se sem problema. Aliás, continuaria a ser o Cruijff, uma referência.
in jornal i, Jun 2012