Great Scott #346: Única selecção a marcar dez golos em dois jogos seguidos do Mundial sub20?
Brasil
A Argentina sub20 porta-se mal, muito mal durante o Mundial 1991 em Portugal. Ao insucesso desportivo, com um ponto em seis possíveis, junta-se a indisciplina xxl. No jogo vs Portugal, na Luz, acabam oito argentinos em campo. A FIFA reúne-se de emergência e afasta a Argentina da qualificação para o Mundial Austrália-93.
Dito isto, a Argentina só volta a competir no Mundial Qatar-95. E volta a calhar no grupo de Portugal. E volta a perder. Agora com um golo maradoniano de Dani. Seja como for, a Argentina passa aos ¼ final. Primeiro afasta Camarões (2:0), depois Espanha (3:0). Na final, 2:0 vs Brasil. É o primeiro título de José Pekerman, o único tricampeão mundial sub20. O bis é em 1997, na Malásia.
Se a Argentina de 1995 reúne Coyotte e Biagini, a de 1997 acumula Riquelme e Aimar. Um é 10 do Boca, o outro 10 do River. Dois craques do além, ambos goleadores no 2:1 vs Inglaterra para os oitavos. Seguem-se vitórias vs Brasil (2:0), Irlanda (1:0) e Uruguai (2:1) até ao levantar da taça.
Então e o Brasil? Deixa-se ultrapassar na curva, muito embora cometa a proeza de somar três goleadas com 10 golos entre qualificação e fase final. A epopeia começa vs Venezuela, no Chile. É o arranque do apuramento sul-americano e o Brasil impõe respeito com golos de Adailton (4), Alex (2), Marco Aurélio (2), Adilson e Cléber. Apurado como segundo classificado, atrás da inevitável Argentina, o Brasil entra no grupo B, em Kuching.
A estreia é vitoriosa, 3:0 vs França. A ressaca idem idem, 2:0 vs África do Sul. O ponto final na fase de grupos é um espanto, 10:3 vs Coreia do Sul. Ao intervalo, 6:0. Na folha dos goleadores, Adailton sobressai com seis golos. Seis, chi-ça. Com dois, Fernandão e Zé Elias. O jogo seguinte é já mata-mata, vs Bélgica, novamente em Kuching. Na baliza dos belgas, o pobre Gillet apanha 10 sem saber muito como. Há seis marcadores entre Alex (3), Álvaro (2), Roni (2), Éder, Adailton e Zé Elias. No banco, Helton (esse mesmo) assiste impávido e sereno ao futebol-arte, derrubado daí a quatro dias pela você-sabe-muito-quem.
