Great Scott #357: Fernanda Ribeiro é campeã nacional de juniores em corta-mato com que idade?
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As capacidades invulgares para a prática do atletismo fazem de Fernanda uma atleta de eleição ainda antes dos 10 anos de idade, altura em que já é cobiçada por alguns clubes. Aos 11, troca o Valongo pelo Kolossal e dá espectáculo na meia-maratona da Nazaré, onde acaba em segundo lugar com o tempo de 1’24’’02, a quatro segundos de uma senhora chamada Rosa Mota. Uauuuu. Um ano e meio depois, em Fevereiro 1982, Fernanda Ribeiro sagra-se campeã nacional de juniores de corta-mato. Os jornalistas amontoam-se para fazer-lhe mil e uma perguntas, a mais minimal-repetitiva relacionada com Rosa Mota e Aurora Cunha. A resposta de Fernanda Ribeiro é espantosa. ‘Não, quero ser melhor.’
O duplo feito chama a atenção do FC Porto. A ligação manter-se-à durante nove anos, até 1992. Nesse parêntesis temporal, é campeã europeia de juniores em Birmingham e participa em dois Jogos Olímpicos, o de 1988 (Seul) e o de 1992 (Barcelona). A passagem pelo Maratona e o regresso ao FC Porto em 1994 permitem o aparecimento de uma nova Fernanda Ribeiro, ainda mais competitiva, fruto do trabalho com o novo treinador João Campos. È campeã europeia nos 3000 metros em Paris (pista coberta) e dos 10 000 em Helsínquia (ar livre). Nos Mundiais de Gotemburgo em 1995, é campeã nos 10 000 e vice nos 5000. Só lhe falta a consagração olímpica.
Atlanta-1996: a corrida é simplesmente fantástica e vale sempre a pena rever a última volta, quando a chinesa Wang Junxia parece arrancar decidida. Fernanda vai no seu encalço e ultrapassa-lhe por dentro para bater o recorde olímpico dos 10 000. Pela primeira vez na história, uma atleta é campeã europeia, mundial e olímpica em título. É dose. Quatro anos depois, em Sidnei-2000, Fernanda Ribeiro arrebata a segunda medalha olímpica da sua brilhante carreira, ao acabar em terceiro lugar nos 10 000, num final de cortar a respiração com a inglesa Radcliffe.