Great Scott #361: Único seleccionador português interino a participar no sorteio de um Euro?
Nelo Vingada
O assunto Carlos Queiroz continua na ordem do dia, o 1:0 em Milão ainda faz mossa. Com o adeus ao Mundial-94 precipita-se o adeus a Carlos Queiroz. Até a federação inventar um novo seleccionador, anda ali em águas turvas sem saber muito bem o que fazer e com quem falar. O sucessor é António Oliveira, num processo demorado que apanha o sorteio da fase de qualificação do Euro-96.
Como ainda não há Oliveira, a FPF manda Nelo Vingada para Manchester no dia 22 Janeiro 1994. É o seleccionador interino quem vê Portugal cair no grupo 6, juntamente com Irlanda, Irlanda do Norte, Áustria, Letónia e Liechtenstein, e é ele quem fala à imprensa sobre as vicissitudes (ou não) dos cinco adversários. Só mais uma achega, é Nelo quem escolhe a equipa nacional para o 2:2 em Vigo vs Espanha três dias antes do sorteio. E ainda é Nelo quem empata 1:1 em Oslo vs Noruega, já em Abril. A chegada de Oliveira à selecção é só depois, pouco antes do arranque da qualificação. Pormenor do arco da velha, Nelo não está sozinho nisto do seleccionador interino. A França, igualmente em processo de transição com aquele golo de Kostadinov no último minuto a ditar o au revoir ao Mundial dos EUA, envia um senhor chamado Aimé Jacquet. Interino, dizem eles. Pois bem, Jacquet faz bonito e continua. Vai ao Euro e é eliminado pela República Checa na ½ final – sem chapéu de Poborsky. A federação acredita no homem e renova-lhe o contrato. O capítulo seguinte é o Mundial em casa. Aimé, já campeão francês pelo Bordéus de Chalana, é elevado a mito com a conquista do título numa final de sentido único vs Brasil (3:0).