Great Scott #391: Quem marca o primeiro golo em directo na SIC?

Great Scott Mais 10/05/2021
Tovar FC

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Great Scott #391: Quem marca o primeiro golo em directo na SIC?

Balakov

O dia 17 Outubro é uma data especial para o Sporting em matéria de dérbi. Em 1965, é um domingo gordo em Lisboa: Benfica vs Sporting à tarde, Belenenses vs FC Porto à noite. De folga até à hora do jogo, os portistas Hernâni (capitão) e Flávio Costa (treinador) visitam a Luz e vêem a primeira vitória do Sporting na casa do Benfica há 11 anos, desde Janeiro 1954. É também a primeira vez que o Benfica sofre quatro golos diante do seu público, ainda por cima todos do mesmo jogador.

Lourenço é o autor da proeza, um póquer jamais visto e nunca mais repetido. Que fenómeno. O número 8 divide o espectáculo com um bis em cada parte para o atarantado guarda-redes Melo, lançado às feras por doença de Costa Pereira. Do outro lado, Carvalho é tão seguro que se estreia na selecção daí a 15 dias, vs Checoslováquia, nas Antas, no tal jogo do apuramento definitivo de Portugal para o Mundial-66. Para o capitão benfiquista Coluna, ‘nada a dizer da vitória do Sporting nem dos golos que nasceram de magníficos lances, todos bem construídos.’

Passam uns anos, já estamos em 1992. A SIC (Sociedade Independente de Comunicação) liga-se ao público a 6 Outubro 1992. Onze dias depois, eis o primeiro jogo em directo do canal privado de Pinto Balsemão. É um dérbi. Jorge Perestrelo narra o jogo e começa por dizer naquele tom só dele: ‘14 camaras instaladas, começa a rolar o esférico. E a bola já está no Hélder. Epá que ele já fez mal o passe. O Sporting atira, golo.’

A bola sai do Benfica. Um toque para a frente e dois para trás. Hélder entrega mal, recupera Iordanov, dá para Balakov, o búlgaro livra-se de Schwarz com uma voltinha sobre si mesmo e atira com o pé direito, bem fora da área. Silvino, vestido de verde, é apanhado de surpresa e a bola ainda bate no poste antes de entrar. É o delírio, aos 12 segundos. O primeiro golo da SIC é aos 12 segundos por entre uma nuvem de fumo provocada pelo lançamento de petardos da parte da claque do Benfica, atrás da sua baliza. Pela televisão, ninguém vê a bola entrar, só se ouve o rugido do leão, de contentamento.

Na segunda parte, o visível 2-0 por Iordanov, de cabeça, mergulho de peixe, após livre de Balakov na direita. É a primeira vitória do Sporting em casa vs Benfica desde os 7:1 em 1986 num dérbi com carregado de vermelhos. De cartões, queremos dizer. Os primeiros dois saem ao mesmo tempo para Filipe e Paneira, embrulhados num lance junto à linha lateral. O terceiro é para Iordanov, por pontapear a bola na direcção de Silvino depois do apito do árbitro. ‘Não ouvi nada e, claro, segui o meu instinto’, diz o goleador.

À noite de glória, Sousa Cintra junta um toque histérico. ‘Se não fosse o árbitro, teríamos dado 6-0.’ Já Tomislav Ivic desculpa a derrota pelo facto de ter estado 12 dias sem ver os jogadores convocados por Carlos Queiroz para o Escócia-Portugal do dia 14.

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