Great Scott #420: Qual é o último resultado de Toni como treinador do Bordéus?
6:3
Campeão português como treinador do Benfica em 1989, Toni repete a proeza em 1994 numa época cheia de peripécias a começar pelo Verão quente e a acabar com aquele vergonhoso tiro ao alvo aos jogadores do FC Porto em plena tribuna VIP do Jamor para a entrega da Taça de Portugal. Pelo meio, há o 6:3 do Benfica no José Alvalade.
Nem assim, como campeão nacional e goleada na casa do maior rival, Toni continua à frente do Benfica. Há planos para a sucessão e o nome é Artur Jorge. Très bien, Toni faz-se à vida e aceita o convite do Bordéus. Leva consigo o adjunto Jesualdo Ferreira. Juntos, conhecem Zidane e Cª.
Na estreia, em Julho, 1:0 ao Nice. Marca Senac, um dos veteranos do plantel, campeão olímpico pela França em 1984. Entramos em Agosto e o Bordéus ganha em Montpellier, 1:0 por Dugarry. Na 3.ª jornada, 3:3 vs Martigues. Depois, a primeira derrota, em Rennes, por 2:0. E, por consequências, as primeiras notícias de mal-estar. O jornal L’Équipe fala de desentendimento no treino entre Vercruysse e Prunier. Na ressaca, 2:1 em Saint-Étienne. A alegria é sol de pouca dura. O Cannes ganha em Bordéus e Toni sai dos lugares de acesso à UEFA.
A resposta é um empate 1:1 em Le Havre. O tal Prunier, reforço de Verão via Marselha, continua na ordem do dia. Como é relegado para o banco de suplentes, dá uma entrevista ao semanário ‘France Football’ e pede para sair. No quadradinho seguinte, o Bordéus perde 2:1 em casa vs Lens. E o pior nem é o resultado, e sim a interdição do seu estádio por um jogo devido à tentativa de agressão de um adepto ao guarda-redes do Lens.
As coisas acalmam a partir daí, curiosamente. O avançado Valdeir marca três golos no 4:1 em Sochaux e dá o mote para uma sequência de quatro vitórias seguidas, duas das quais na Taça UEFA, vs Lilleström (3:1, 2:0). Segue-se 3:3 em Nantes, onde mora o líder-sensação do campeonato. Na semana seguinte, em casa, apanha 3:0 do Monaco. É o início do fim?
Ainda não. No mês seguinte, em Novembro, é eliminado da Taça UEFA pelos polacos do Katowice e começa a ser contestado. O presidente Alain Afflelou dá-lhe um voto de confiança. Vira o ano civil em quinto lugar. E começa 1995 da pior maneira com a eliminação à primeira na Taça da Liga, por uma equipa da 2.ª divisão (Chateauroux). Como se isso fosse pouco, toma lá quatro derrotas seguidas e a queda abrupta para o oitavo lugar.
Entra-se em Março com aquela desconfiança no ar. Ou se avança na Taça de França (até rima) ou no campeonato. Nem uma coisa nem outra. O Bordéus é eliminado da Taça pelo Estrasburgo de Mostovoi (uh la la) e, na mesma semana, apanha 6:3 do Monaco no Estádio Luís II. O brasileiro Sonny Anderson marca quatro nessa quarta-feira, dia 22 Março, e ajuda a despedir Toni, através de um comunicado lido pelo presidente no domingo, 26.
Nove meses em Bordéus equivalem a 39 jogos com 16 vitórias, 14 derrotas e nove empates. E, claro, mais um 6:3 no seu currículo.