Great Scott #536: Único português a falhar um penálti na final da Taça do Rei?
Figo
Luís Figo, um homem de finais de Taça. Sporting 1994, Sporting 1995, Barcelona 1996, Barcelona 1997, Barcelona 1998. Show de bola. Derrota, vitória, derrota, vitória, vitória. Também se pode ler assim: FC Porto, Marítimo, Atlético Madrid, Betis e Maiorca. Isso mesmo, a final da Taça do Rei 1998 é entre Barcelona e Maiorca, em Valência.
Barcelona de Van Gaal, Maiorca de Cúper. Os capitães Figo e Olaizola escolhem o cara ou coroa. Sai o Barcelona e Figo é o primeiro a sofrer uma falta, no minuto inicial. De tão dura, Daudén Ibáñez saca o amarelo a Marcelino. No minuto seguinte, um cartão da mesma cor para Rivaldo por entrada sobre Amato. O argentino, número 9, aproveita o livre para fazer o primeiro remate à baliza. Hesp, titular à conta de Baía, encaixa bem. Aos 6’, golo do Maiorca por Stankovic, após jogada individual de Amato a fugir de Giovanni e Nadal. O remate do jugoslavo com o pé esquerdo dentro da pequena área é indefensável.
O Barcelona, vencedor da Supertaça e quase quase campeão espanhol, sonha com o terceiro título da época. Para tal, tem de dar corda aos sapatos e superar a barreira defensiva do Maiorca, controlada pelo guarda-redes argentino Roa. É ele quem impede o empate de Anderson aos 14’. Até ao intervalo, só mais um lance de perigo com um cabeceamento de Rivaldo a rasar o poste, na sequência de um canto de Figo (28’).
Na segunda parte, o Maiorca remete-se à defesa e trama-se com o 1:1 de Rivaldo aos 66’, após amortie de Giovanni. Daí para a frente, zero futebol e muito pontapé para a frente. Na parte final, Daudén Ibáñez expulsa Mena e Romero por faltas sobre Rivaldo (85’) e Figo (90’+3). Com nove jogadores, o Maiorca encosta-se ainda mais à sua área com a ideia clara de levar a final para os penáltis. Missão cumprida, com muita sorte à mistura a avaliar pelas bolas ao poste de Pizzi (95’) e Giovanni (119’).
Penáltis, aí vamos nós. Começa mal para o Barcelona, com Roa a defender a bola de Rivaldo. No quadradinho seguinte, outro brasileiro (Iván Rocha) atira ao lado. Segue-se Giovanni, 1:0. Depois Soler, 1:1. É a vez de Celades e Roa adivinha-lhe os intentos. Iván Campo avança. Já de contrato assinado com o Real Madrid, o central atira e Hesp defende. Pizzi 2:1, Olaizola 2:2, Roger 3:2, Roa 3:3. Acaba a primeira série, avancemos para a segunda.
Começa Figo. E mal, Roa defende. Uyyyy uyyyy uyyyy. Se Stankovic marca, desata a fiesta em Maiorca. Só que Stankovic atira ao lado. Figo e todo o barcelonismo respiram de alívio. Óscar 4:3, Amato 4:4, Reiziger 5:4. Eskurza, e agora? O homem pontapeia para o meio da baliza e Hesp defende com as pernas.
O Barcelona ganha a 24.ª Taça do Rei (supera finalmente o Athletic Bilbao) e faz a dobradinha 39 anos depois. Histórico. Quem levanta a Taça do Rei como capitão é Figo, ladeado pelos compatriotas Couto e Baía, ambos suplentes não utilizados. ‘Nem quero pensar se o Stankovic marcasse aquele penálti. Já nem ia de férias.’