Great Scott #537: Último clube a chegar a uma final europeia na sua época de estreia no século XX?
Maiorca
É um dia histórico, o 30 Junho 1997. Tyson morde a orelha de Hollyfield a meio de um combate de boxe, Josep Lluis Núñez anuncia Louis van Gaal para o lugar de Bobby Robson, vencedor de três competições em quatro (Supertaça espanhola, Taça das Taças e Taça do Rei) e o Maiorca sobe à 1.ª divisão.
A festa do Maiorca tem epicentro em Vallecas, onde um golo de Carlos sela o salto hierárquico, o regresso ao convívio dos grandes. No dia seguinte, o plantel aterra na ilha e é recebido por 500 adeptos no aeroporto mais 12 mil no Estádio Luis Sitjar para festejar a subida.
O treinador Tomeu Llompart já sabe o seu destino e, mesmo assim, agradece a apoio incondicional do presidente Bartolomé Bertrán. Este nem dorme a pensar no sucessor de Llompart e vacila entre Josu Ortuondo ou Benito Floro. Nem um nem outro. Volta-se então para Antonio Maceda, o herói da Espanha no Euro-84 com dois golos, um à RFA em cima do minuto 90 e outro à Dinamarca na ½ final. Também não.
Só à quarta tentativa é que Beltrán saca o homem para guiar o Maiorca na 1.ª em 1997-98. Chama-se Hector Cúper e ganha pelo Lanús a Taça Conmebol 1996, vs Santa Fé (2:0, 0:1). Em reforços, há um guarda-redes (Roa), um médio de combate (Mena), um 10 (Palhinha), um esquerdino (Stankovic), e ainda seis valencianos descartados por Valdano (Romero, Engonga, Galvez, Moya, Iván Campo e Eskurza).
O Maiorca dobra a primeira volta em 9.º lugar e acaba em 5.º, a três pontos do quarto classificado Real Madrid. Como se isso fosse pouco, o Maiorca chega à final da Taça do Rei, em Valência, e só perde nos penáltis. Como o Barcelona junta 1.ª divisão e Taça pela primeira vez desde 1959, o Maiorca apura-se para a Taça das Taças na categoria de finalista vencido.
Na estreia europeia, em 1998-99, tudo lhe sai redondo e, pasme-se, chega à final. O Hearts é o primeiro obstáculo ultrapassado com 1:0 em Edimburgo (Escócia) e 1:1 em Maiorca. Segue-se o Genk, 1:1 em Bruxelas (Bélgica) e 0:0 em Maiorca. Depois é o Varteks, 0:0 em Varazdin (Croácia) e 3:1 em Maiorca. Na ½ final, o Maiorca elimina o detentor do título, Chelsea. Após o 1:1 em Stamford Bridge, o 1:0 de Biagini (outro do ex-Lanús).
Aí está a final, um conto de fadas por excelência (e sem qualquer derrota pelo caminho). Em Birmingham, a Lazio de Eriksson é mais forte. Vieri abre o marcador aos 7’, Dani empata aos 11’ e é Nedved quem desata o nó aos 81’. Se serve de consolo, o Maiorca acaba essa Liga espanhola 1998-99 em terceiro, a dois pontos do Real Madrid e a 13 do Barcelona – ao qual lhe arrebata a Supertaça espanhola, em pleno Camp Nou, com um golo de Dani.
(a negrito, os jogos fora)
Hearts 1:0 Marcelino
Hearts 1:1 Ariel López
Genk 1:1 Dani
Genk 0:0
Varteks 0:0
Varteks 3:1 Ibagaza / Paunovic / Dani
Chelsea 1:1 Dani
Chelsea 1:0 Biagini
Lazio 1:2