Great Scott #543: Quem apita o primeiro desempate de penáltis de sempre à escala mundial?
Joaquim Campos
Setembro 1962, o Verão ainda aperta. Em Cádis, o Torneio Ramón Carranza recebe quatro ilustres representantes entre Barcelona (Espanha), San Lorenzo (Argentina), Saragoça (Espanha) e Inter (Itália).
O sorteio capricha nas ½ finais com Barcelona vs San Lorenzo e Saragoça vs Inter. No primeiro jogo do dia 1 Setembro, 3:2 para o Barcelona com bis de Sanfilippo (San Lorenzo) e Goywaerts (Barcelona). Logo a seguir, 4:2 para o Saragoça com hat-trick de Marcelino. No dia 2, joga-se o terceiro e quarto lugares com Jair a marcar o golo solitário. Segue-se a final, entre duas equipas espanholas. No apito, o português Joaquim Campos.
Ouçamo-lo. ‘Acabou 1:1 e nem pensar em jogar-se o prolongamento. Já era noite alta, quase madrugada e os jogadores estavam esgotados pelo esforço da ½ final, na véspera. Um director do Cádis lembra-se então de inventar o desempate por penálti. Atenção, um desempate muito diferente dos nossos tempos – um clube marcava cinco seguidos e, depois, na outra baliza, o outro fazia mais cinco. Primeiro de tudo, moeda ao ar para decidir quem marcava primeiro e foi o guarda-redes do Barcelona a ir à baliza.’
O Saragoça marca três. Duca, golo. Seminario, golo. Lapetra, ao poste. Santamaría, fora. Yalza, golo. Segue-se o Barcelona, com três acertos. Benítez, golo. Ré, golo. Camps, defesa de Yarza. Cubillas, defesa de Yarza. Rodri, golo. Empatado, e agora? Joaquim Campos volta a ter a palavra. ‘O presidente do Saragoça pede desempate por moeda ao ar e o Barcelona uma segunda série de penáltis. O alcaide de Cádiz lança moeda ao ar para ver quem ganha. É o Barcelona, seguem-se mais cinco penáltis para cada equipa. E agora o primeiro a marcar é o Barcelona.’
Goywaerts, golo. Benítez, golo. Ré, golo. Gracia, golo. Vergés, golo. Cinco em cinco, uyyyyy. O Saragoça está tramado ao mínimo deslize. Duca, o primeiro a atirar, acerta no poste. ’Fim da história, o Barcelona ganha a taça.’