Great Scott #569: Primeiro guarda-redes sem qualquer defesa numa final da Liga dos Campeões?
Vítor Baía
Há finalistas pouco esforçados em rematar à baliza. Que o diga o último campeão europeu Real Madrid: um remate (1:0 vs Liverpool). Que o diga o Liverpool 2018: três remates (2:0 vs Tottenham). Que o diga o Valencia 2000: um remate (0:3 vs Real Madrid). Que o diga o Barcelona 1994: dois remates (0:4 vs Milan).
Todos eles, honra lhes seja feita, rematam. Já o Monaco 2004 nem um faz à baliza de Vítor Baía. Zero. Incrível, e verídico. É uma final inédita, e totalmente inesperada. Pela primeira vez desde 1991 (Estrela Vermelha vs Marselha), nenhum representante do top-4 formado por Espanha, Itália, Alemanha ou Inglaterra. O FC Porto elimina United (3:2), Lyon (4:2) e Depor (1:0). Nesse caminho, três vitórias e três empates. O Monaco afasta Lokomotiv Moscovo (2:2), Real Madrid (5:5) e Chelsea (5:3).
Longe de ser uma final interessante de se seguir, por nervosismo do FC Porto e falta de pontaria do Monaco, um pontapé à meia volta do sub20 brasileiro Carlos Alberto desbloqueia o nó, ainda na primeira parte. Na segunda, já mais perto do fim, Deco finaliza com classe e o suplente Alenitchev fixa o 3:0. Ao todo, quatro remates à baliza, todos do FC Porto. Nem um do Monaco. Quer dizer, o Monaco até remata muito, ora por Morientes, Prso, Rothen, Ibarra, só que sempre longe do alvo.
Vítor Baía entra e sai de cena como se nada fosse, quiçá o jogo mais tranquilo da sua vida. Sem golos sofridos, atenção. Porque Allison também é o homem invisível na final da Liga dos Campeões 2022 vs Real Madrid e sai a chorar, vergado ao peso do golo solitário de Vinicius Júnior.