Great Scott #661: Quem marca o golo decisivo na mais longa série de penáltis em Portugal?
Cesteiro
Durante uns bons (cinco) anos, Cesteiro é o único jogador em campo com chuteiras pretas, à antiga. O homem é guarda-redes e vejo-o ao vivo e a cores a ser o herói de um desempate de penáltis entre Cerveira e Atlético dos Arcos (de Valdevez), para os ¼ final da Taça da AF Viana de Castelo. Estamos em 2016 e Cesteiro daria o salto para o Ponte da Barca na época seguinte.
Seis anos passam e Cesteiro continua com as chuteiras pretas, agora ao serviço do Courense, ali em Paredes de Coura. No domingo, 5 Junho 2022, o destino junta Courense e Ponte da Barca em Valença, no Estádio Lourenço Raymundo, para a final da Taça AF Viana do Castelo.
O jogo começa às 17 horas e acaba três horas e 40 minutos depois, às 20-e-façam as contas. Há 90 minutos de bola mais 30 de prolongamento. Acredite, o desempate de penáltis dura mais que o tempo extra. Ao todo, 36 minutos e 34 segundos. Pelo meio, uma série de incidências.
A mais flagrante de todas, 40 remates (o recorde mundial numa final é 48, na Namíbia, em 2005). Depois, 22 golos seguidos (é obra), uma expulsão (Diogo Gachineiro assina o 3:3, provoca a segunda série de desempate e vê o vermelho directo de André Carvalho por provocar os adeptos da Barca nos festejos) e a intervenção da polícia para afastar o ruído dos tais adeptos da Barca atrás da baliza do desempate, com particular queixa de Cesteiro.
Cesteiro, sempre ele. O homem defende um penálti e assina o definitivo 17:16. Com toda a calma do mundo, é bola para um lado (esquerdo), guarda-redes para o outro (direito). E assim o Courense levanta a Taça da AF Viana do Castelo, exactos 30 anos depois da primeira conquista, em 1992, também em Valença. E o vilão, quem é? Wilson Alves, de 20 anos, é o único a falhar dois pontapés, ambos por cima, e é o último a errar o alvo antes do tal momento glorioso de Cesteiro, o das chuteiras pretas.
Eis o desempate, tintim por tintim
(começa o Ponte da Barca)
Ricardo Coutinho, 1:0 (pé direito)
Ângelo, 1:1 (pé esquerdo)
Ivo Amorim, 2:1 (esquerdo)
Sérgio Nogueira, defesa de Fernando Oliveira (direito)
Nia, 3:1 (direito)
Zé Francisco, 3:2 (direito)
Sassá, por cima (direito)
Sissé, defesa de Fernando Oliveira (direito)
Tigas, ao poste (direito)
Diogo Gachineiro, 3:3 (direito) [e vermelho directo, expulsão]
[segunda série]
Wilson Alves, por cima (direito)
Huguinho, defesa de Fernando Oliveira (direito)
Leandro Sousa, 4:3 (direito)
Neto, 4:4 (esquerdo)
Franck, defesa de Cesteiro (direito)
Serginho, panenka por cima (direito)
Fernando Oliveira, 5:4 (direito)
Esteves, 5:5 (direito)
Bruno Dias, 6:5 (esquerdo)
Caseiro, 6:6 (direito)
João Marcelo, 7:6 (direito)
Cesteiro, 7:7 (direito)
Ricardo Coutinho, 8:7 (direito)
Ângelo, 8:8 (esquerdo)
Ivo Amorim, 9:8 (esquerdo)
Sérgio Nogueira, 9:9 (direito)
Nia, 10:9 (esquerdo)
Zé Francisco, 10:10 (direito)
Sassá, 11:10 (direito)
Sissé, 11:11 (direito)
Fernando Oliveira, 12:11 (direito)
Esteves, 12:12 (direito)
João Marcelo, 13:12 (direito)
Neto, 13:13 (esquerdo)
Bruno Dias, 14:13 (esquerdo)
Huguinho, 14:14 (direito)
Tigas, 15:14 (direito)
Serginho, 15:15 (direito)
Wilson Alves, por cima (direito)
Cesteiro, 15:16 (direito)