#33 Portugal 1962

Mais Spider Pig 01/08/2023
Tovar FC

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#33 Portugal 1962

Tricampeão mundial em título, com as conquistas de 1956 (Porto), 1958 (Porto) e 1960 (Madrid), a selecção portuguesa chega em Abril a Santiago do Chile de olho no tetra. Atenção, muita atenção, é o primeiro Mundial de sempre fora da Europa, e curiosamente é no Chile, onde o Mundial do futebol se realizaria daí a dois meses.

Entram seis países europeus mais quatro sul-americanos e Portugal vai a jogo sem o seleccionador. É verdade, Silvério Gouveia tem os seus afazeres em casa e não pode participar na epopeia. No seu lugar, um homem do hóquei chamado Tito Moreira Rato e agora nome de rua na Parede.

No primeiro jogo, Portugal dá 7:1 vs. Holanda e os chilenos, adeptos e jornalistas, alucinam com Adrião. Um cronista compara-o a Pelé e outro vais até mais longe e fala da selecção nacional como os Harlem Globetrotters na arte de proporcionar espectáculo no misto seriedade mais objectividade.

No dia seguinte, a Alemanha apanha 6:0 com mais uma exibição alucinante de Adrião, autor de dois golos e três assistências. Para o terceiro jogo, vs. Uruguai, só jogam os suplentes e aí o estreante José António dá água pela barba com seis golos no 10:1. Espante-se, o recorde individual é estabelecido por Bouços no 11:2 vs. Brasil. Aliás, Bouços é o rei do golo no Mundial, com 21.

À falta de dois jogos, e com sete vitórias seguidas no bolso, Portugal tem o público na mão. Para chegar ao inédito tetra, basta-lhe empatar vs. Itália e Espanha. Meu dito, meu feito. Primeiro 2:2, depois 0:0. No jogo do título, o seis inicial é o mais forte: Moreira à baliza, Vaz Guedes e Adrião mais atrás, Bouçós e Livramento lá à frente.

Há dois golos anulados, um para cada lado. Quando soa o apito, a festa de Portugal é a dos adeptos chilenos. Eles continuam encantados com Adrião, um fenómeno internacional. Na chegada a Portugal, o aeroporto está cheio para receber os heróis.

Pormenor delicioso, e também desconcertante, Portugal nunca mais ganha um Mundial da América do Sul – e já lá vão uns 13.

Eis a caminhada triunfal

Holanda       7:1     Livramento-4 / Bouços / Adrião / Vaz Guedes

Alemanha    6:0     Bouços-3 / Adrião-2/ Livramento

Uruguai       10:1   José António-6 / Leonel-2 / Adrião / Urgeiro

Suíça            5:0     Adrião-3 / Bouços-2

Brasil           11:2   Bouços-7 / Adrião-2 / Urgeiro / Leonel

Argentina    9:1     Bouços-4 / Livramento-3 / Adrião / José António

Chile            10:2   Bouços-3 / Adrião-3 / Livramento-3 / Cordero (pb)

Itália            2:2     Bouços / Livramento

Espanha      0:0

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