Great Scott #769: Único a marcar quatro golos de cabeça no mesmo jogo ao Sporting?
Filipovic
O Sporting 1970-71 arranca com o sonho do bi. Escapa-lhe desde os anos 50. E voltaria a escapar-lhe, por obra e graça do Benfica de Eusébio, Simões, Torres, Toni, Artur Jorge e outros que tais.
Resta-lhe a Taça de Portugal, jogada toda na ressaca da 1.ª divisão. O Sporting elimina Oriental (8:0), Mindelense (21:0), Belenenses (2:1 no desempate) e Vitória FC (1:1 + 1:0). Eis a final, vs. Benfica no dia 27 Junho 1971.
Jimmy Hagan, treinador do Benfica, surpreende e deixa Toni de fora. O Sporting de Fernando Vaz vai embalado e já goleia 3:0 ao intervalo, golos de Dinis, Nélson e Chico. Na segunda parte, Eusébio reduz de penálti e Chico fixa o 4:1. A algazarra é grande no Jamor, o Sporting celebra à grande e à portuguesa.
Menos de 24 horas, o mesmo Sporting apresenta-se em Badajoz para um torneio internacional com Granada, Real Madrid e Estrela Vermelha. O onze é quase o mesmo, com uma mudança aqui e ali, como a de Yazalde a jogar mais recuado, no meio-campo. ‘Nunca joguei nesta posição, nem quero mais, nunca me adaptarei.’ Pudera, o Sporting apanha 6:1 do Estrela Vermelha.
Pobre Damas. Mais pobre ainda porque sofre cinco golos de cabeça. Só um é com o pé. Desses cinco cabeceamentos, quatro pertencem a um jovem desconhecido chamado Filipovic, Zoran Filipovic. Daí a dez anos, todos nós voltaremos a ouvir falar dele como figura do Benfica de Eriksson na quase gloriosa campanha europeia da Taça UEFA 1982-83. O selo, esse, já lá mora. Quatro golos ao Sporting é dose. Ao Damas, mais ainda. Todos de cabeça, é de mestre.
