Great Scott #784: Último português do Atlético Madrid a marcar de cabeça ao Barcelona?
Hugo Leal
Dezoito anos, tão-só. A meteórica ascensão de Hugo Leal no Benfica dá que falar e o próprio Humberto Coelho lança-o na selecção AA em Fevereiro 1999, vs. Holanda, com apenas 18 anos e nove meses de idade.
A vida desportiva de Hugo Leal pós-Benfica nem sempre é a abrir, embora existam picos de emoção como vestir o número 4 do FC Porto na época do título de campeão mundial em 2004-05. Ou a alegria de partilhar balneário com Ronaldinho no PSG entre 2001 e 2003. Ou a intensidade de viver uma descida à 2.ª divisão pelo Atlético Madrid em 1999-2000.
Concentremo-nos nessa descida ao inferno com dois presidentes e três treinadores (Ranieri, Antic e Zambrano). Nesse Verão 1999, o Atlético de Gil y Gil despacha 12 jogadores e contrata outros 12, entre os internacionais Hugo Leal, Jimmy, Gamarra e Ayala. No papel, bela equipa. A realidade é outra coisa e o Atlético acaba a Liga em penúltimo lugar. Para cúmulo, o Atlético ainda perde a final da Taça do Rei para o Espanyol (2:1). Que época miserável, chi-ça.
A única alegria é o apuramento para a final da taça, à custa do Barcelona. Na primeira mão, 3:0 (desportivo). Na segunda, outro 3:0 (administrativo). Pois é, o Barcelona só tem sete jogadores da primeira equipa mais três juniores disponíveis e recusa-se a ir a jogo. Por desacordo de datas com a federação (há jogos internacionais naquela data, daí a ausência de Figo, Rivaldo, Kluivert, entre outros). O Atlético agradece e passa à final, se bem que a vantagem de três golos já é bem boa.
Pergunta, quem faz o 3:0 no Vicente Calderón? Essa é boa, quem havia de ser? Claro, o grande Hugo Leal. E de cabeça. O jogo é desnivelado desde o início, com um Aguilera em grande forma a oferecer os dois primeiros golos da noite a Jimmy e Baraja. Aos 53’, um lançamento lateral na direita provoca o reboliço à porta da área do Barcelona. Há uma troca rápida de passes da direita para a esquerda, Luque cruza e Hugo Leal aparece nas costas de Abelardo a cabecear sem hipótese para Hesp. O número 12 do Atlético festeja o golo à sua maneira, com um apanha-bolas, de frente para os seus adeptos. É glorioso