Great Scott #801: Primeiro treinador português de uma equipa estrangeira a ganhar ao Benfica?
Severiano Correia
Sexta-feira 13, e agora? Para Eusébio, é mais um dia no escritório. O homem joga nos States e marca quatro golos pelo Toronto Metro-Croatia vs. Boston Minutemen (6:2). Para o Benfica, é um pesadelo.
Esse dia marca o início da digressão no Brasil, proporcionada pelo empresário Fausto Pires, e o Benfica do inglês Mortimore joga com José Henrique; Malta da Silva, Barros, Eurico e Bastos Lopes; Nelinho, Vítor Martins, Toni e Shéu; Nené e Moinhos.
O São Januário, casa do Vasco, apresenta pouco público. A Portuguesa do Rio não puxa muitos adeptos e o Benfica sem Eusébio é insosso para os brasileiros. O prélio até começa com um golo de Moinhos aos cinco minutos, na sequência de uma jogada bem elaborada por Nené no flanco direito.
A Portuguesa reage com galhardia e empata aos 20 minutos, num frango de José Henrique. Ao intervalo, 1:1. O pior é a segunda parte – para o Benfica, claro está. Além dos dois golos sofridos, ainda se acrescem as três expulsões de uma assentada. Primeiro é Malta da Silva a ver o cartão vermelho por acumulação de amarelos por uma falta sobre o último homem (Luisinho).
Fora de si, Malta da Silva atira-se ao árbitro José Aldo Pereira e inicia um sururu xxl. Eurico intromete-se de forma brusca e bruta. O resultado é outro vermelho. No quadradinho seguinte, Toni recebe ordem de expulsão. Com oito em campo, a Portuguesa faz mais um golo, numa descida pelo lado esquerdo a explorar o desconforto de Shéu como lateral-direito.
Acaba o jogo e o Benfica perde o jogo mais popularidade à custa de uma Portuguesa mais forte, treinada por um português de renome. Severiano Correia, de seu nome. Já é um senhor para os seus 63 anos, com um passado glorioso, sobretudo na Grécia, onde treina Aris, Proodeftiki e Apollon Kalamaris no início dos anos 70. A Portuguesa é o penúltimo trabalho de Severiano, ajudado pelo inimitável Otto Glória. O fim da linha é o Belenenses em 1976-77.