Great Scott #836: Único a marcar seis golos num jogo da liguilha da 3.ª divisão?

Great Scott Mais 08/09/2023
Tovar FC

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Great Scott #836: Único a marcar seis golos num jogo da liguilha da 3.ª divisão?

Monteiro

Em 1981-82, o campeão da 1.ª divisão é o Sporting, o da 2.ª é o Marítimo e o da 3.ª é o Vizela. Quando acabam os campeonatos nacionais, todo o país se concentra à frente da televisão para ver um dos melhores Mundiais de sempre, em Espanha.

Antes do Brasil de Telé Santana, do vergonhoso Áustria vs. RFA, do hat-trick de Rossi, do primeiro desempate por penáltis no RFA vs. França e do grito de Tardelli, o Atlético aplica a maior goleada do ano, um 12:0 vs. Olhanense. É a primeira jornada da liguilha para apuramento de campeão da zona sul da 3.ª divisão e o Olhanense apresenta-se em campo com os juniores.

E porquê? A equipa principal sobe à 2.ª divisão e, depois, arrepia caminho para os EUA. Os dólares pagam-se bem. Vai daí, a visita à Tapadinha é uma brincadeira de meninos. Mesmo. No onze de Henrique Reina, oito juniores e tão-só três seniores, entre Aldeias (capitão), José Manuel e Alfredo.

O capitão tem a palavra: ‘Comecei o serviço militar em Santa Margarida em Maio e ainda pedi dispensa para ir ao EUA, mas não foi aceite. Já o Luís Reina, instalado num outro quartel, conseguiu viajar com a equipa. Do mal o menos, eles trouxeram-me uns óculos escuros Ray Ban, que ainda não havia em Portugal.’

Já o Atlético apresenta-se na máxima força e, claro, aplica um escandaloso 12:0. O herói da tarde é um tal Monteiro, com seis golos (dois na primeira parte, quatro na segunda). Os restantes seis golos distribuem-se por Tozé, Vítor Manuel, Casimiro, Craveiro, Rafael e Peixoto. O pobre guarda-redes olhanense chama-se Pacheco.

Curiosamente, Atlético e Olhanense cruzam-se na zona sul da 2.ª divisão na época seguinte, em 1982-83. E, curiosamente, o Olhanense ganha os dois jogos e acaba em terceiro lugar, enquanto o Atlético, com o jovem sub21 Rui Águas no plantel, volta ao terceiro escalão, vítima do 15.º e penúltimo lugar, só à frente da Quimigal. Já Monteiro, ausente do onze durante grande parte da época, por motivos desconhecidos, é do Atlético até 1985, ano em que se transfere para o Estrela. Nunca mais voltaria a marcar seis golos. Num jogo, queremos dizer. E acaba a carreira no Casa Pia, em 1994.

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