Great Scott #862: Quem marca o único golo de prata em provas de selecções?
Dellas
A FIFA inova. Ou melhor, inventa. Na (distorcida) perspectiva de mudar o futebol para melhor, sem escutar jogadores nem árbitros, os principais intervenientes do jogo, cria-se o golo de ouro. Ou morte súbita. Isto é: quem marca, ganha.
O primeiro caso de sucesso é o de Blanc no França vs. Paraguai para os oitavos do Mundial-98. Ai não é, não. E ainda ontem já demos conta do australiano Kewell vs. Uruguai na Taça das Confederações 1997 como o pioneiro dessa modalidade.
Em 2002, a FIFA inova. Again. E agora é o golo de prata. Isto é: quem marca, tem de defender a vantagem até ao final da primeira ou segunda parte do prolongamento, depende. O único caso dá-se no Dragão, em pleno Euro-2004. É a ½ final entre Repúblia Checa e Grécia, no dia seguinte ao 2:1 de Portugal vs. Holanda no José Alvalade.
Com quatro vitórias em quatro jogos de futebol positivo de ataque contínuo, a República Checa é o favorito e a primeira parte confirma-a em absoluto com três defesas apertadas de Nikopolidis, todas a remates do lateral-esquerdo Jankulovski. Perto do intervalo, a lesão de Nedved como que atrapalha as ideias checas. E a Grécia cresce, devagar, devagarinho.
Zero-zero, vamos para prolongamento. No tempo extra, a Grécia está mais fresca de pernas e cabeça. Cech, ainda sem capacete, aparece mais vezes na televisão e evita o golo de livre directo de Tsiartas aos 102’. Quando Collina dá um minuto de desconto, a Grécia beneficia de um canto. Marca-o Tsiartas para o primeiro poste, onde aparece o central Dellas para cabecear com êxito.
A bola vai ao meio e é um mero pró-forma, Collina apita para o fim e mais de 100 mil pessoas invadem a Praça Omonia, no centro de Atenas. É o único golo de prata em selecções. E também o único golo de Dellas pela selecção grega.