Great Scott #885: Único português a marcar com assistência de calcanhar de Cruijff?
Seninho
O rumor nasce. E cresce. De intensidade e entusiasmo. Entre os nova-iorquinos amantes do futebol, a eventual chegada de Cruijff é um sinal de prosperidade.
O holandês treina com a equipa do Cosmos no Verão 1977 e fala-se numa transferência para o ano seguinte, quando Johan acaba o contrato com o Barcelona. Há reuniões entre todas as partes e o único entendimento é a realização de dois jogos particulares com a camisola branca do Cosmos.
O primeiro é a 30 Agosto 1978, três dias depois da conquista do título norte-americano pelo Cosmos (3:1 vs. Tampa Bay Rowdies). O estádio do Giants preenche-se com 50 mil pessoas, todas ávidas por ver o toque de bola de Cruijff ao vivo e a cores. No outro lado do relvado, uma selecção do resto do mundo.
Ao intervalo, 0:1. O golo é de Rivellino, servido por Cubillas. Na segunda parte, já com Seninho em campo, o Cosmos empata por Chinaglia num sensacional remate à meia volta sem hipótese para Leão.
O resto do mundo volta a adiantar-se no marcador, por Cuellar, de cabeça. E, a três minutos do fim, na sequência de um canto, Cruijff ganha a bola entre dois defesas e mete de calcanhar para Seninho, cujo pontapé de primeira é um primor de técnica e força. Está fixado o 2:2 para alegria de alguns portugueses no público.
Cosmos Brand; Iarusei, Roth, Carlos Alberto e Formoso; Garbett, Beckenbauer e Bogicevic; Cruijff, Chinaglia e Tueart. Jogam ainda Seninho, Yasin, Nelsi Morais, Davis e Dimitrijevic
Resto do Mundo Leão; Olguin, Óscar, Rijsbergen e Tarantini; Gallego, Cubillas e Rivellino; Lato e Rep. Jogam ainda Baptista, Eskandarian, Cueto, Cuellar e Terminne
Por razões pessoais, Cruijff abandona comitiva do Cosmos no dia seguinte e volta a casa. Falha assim os jogos vs. Atlético Madrid (1:3) e Boca Juniors (2:2) mais ainda parte da digressão na Europa. O tal segundo jogo do contrato faz-se em Londres, vs. Chelsea. Novamente com o número 30 nas costas, Cruijff faz os 90 minutos num outro empate e nunca mais veste a camisola do Cosmos.
Até ao final da carreira, em 1984, ao serviço do Feyenoord, o bom do Johan faz três anos nos EUA. Primeiro nos Los Angeles Aztecs (eleito o melhor jogador do campeonato, em 1979), depois nos Washington Diplomats em 1980 e 1981.