Great Scott #908: Último seleccionador sem substituições na final do Euro?
Rinus Michels
O Euro-1988 é o único título da Holanda. Obra de Rinus Michels, homem de olhar rude, treinador de gestos esfíngicos. Uma pedra humana, vá.
Rinus já tentara a sua sorte no Mundial-74, com Cruijff. Só que a anfitriã RFA lhe dá a volta (literal e metaforicamente). Na final de Munique, a Holanda coloca-se em vantagem no primeiro minuto, com penálti de Neeskens. Ainda na primeira parte, Breitner empata de penálti e o inevitável Müller fixa o 2:1 num belo remate à meia volta.
Passam-se anos e anos. Eis-nos em 1988, outra vez na RFA. Agora é o Europeu e a Holanda nem é favorita. Na estreia, a URSS ganha 1:0 com golo supersónico de Rats. Na segunda jornada, Rinus aposta em Van Basten como titular em vez de Bosman e toma lá um hat-trick para desanuviar (3:1). No terceiro e decisivo jogo da fase de grupos, o suplente Kieft garante o apuramento com um golo feliz a oito minutos do fim.
Na ½ final, em Hamburgo, a Holanda esgrime argumentos com a RFA e assiste-se à inversão dos papéis da final de 1974: a RFA adianta-se de penálti, por Matthäus, a Holanda empata de penálti, por Koeman, e dá a cambalhota no último suspiro, por Van Basten.
Meia vingança de Rinus. Falta o outro meio, em relação à final vs. URSS. Onde? Essa é boa, Munique. Estamos no dia 25 Junho e Holanda entra com Van Breukelen; Van Aerle, R Koeman, Rijkaard e Van Tiggelen; Wouters e Mühren; Vanenburg e E Koeman; Gullit e Van Basten. Acredite, o onze dura os 90 minutos de fio a pavio.
Ao intervalo, 1:0 por Gullit. Na segunda parte, 2:0 por Van Basten. A festa é laranja. Sem substituições. Para quê?