Great Scott #936: Quem mete a alcunha de Cholo a Simeone?
Victorio Spinetto
Figura do alto na história do Vélez Sarsfield, o nome de Victorio Spinetto é acompanhado de uma vénia nas imediações do Estádio José Amalfitani, curiosamente o presidente que o contrata em 1932 a troco de 30 pesos argentinos por jogo.
Como a qualidade futebolística de Spinetto é muito acima da média e o rapaz sobre à equipa profissional com tão-só um jogo nas reservas, depressa Victorio sobe na hierarquia do Vélez com o ordenado de 250 pesos por mês mais 30 pesos por cada ponto conquistado na 1.ª divisão.
Defesa por natureza, central por carolice, Spinetto é um goleador nato e acumula 44 golos, um número absurdo para a época. Um dia há em que marca quatro num só jogo, vs. Chacarita Juniors, a dar a volta de uma desvantagem de 2:0 para a vitória gorda por 5:2.
O seu nome galga fronteiras e é cobiçado fora da Argentina, até do continente americano. A Roma, por exemplo, oferece-lhe um contrato. Nada feito, Spinetto sente-se cómodo no Vélez e faz a ligação de jogador para treinador em 1942-43, ano em que o Vélez desce de divisão pela única vez na sua centenária história.
Spinetto retira-se por lesão, em 1942, no tal ano horribilis do Vélez, e aceita o desafio da subida. Dito e feito. O Vélez regressa aos grandes palcos em 1943 e Spinetto por lá se mantém por 155 jogos, com uns parêntesis pelo meio para treinar o Argentinos Juniors e ainda a selecção argentina, com a qual ganha a Copa América 1959.
Segue-se então a passagem para a formação. Spinetto abraça o desafio de ensinar os mais novos a seguir a carreira de futebolista até ao final da sua vida, em 1990. Nesse feliz trabalho, Spinetto conhece uma série de artistas e molda-os. Um dos quais é Juan Pablo Simeone e é Spinetto quem o alcunha aos 14 anos de idade de Cholo pela sua raça e energia ilimitada, a fazer-lhe lembrar um Cholo dos seus tempos de jogador, curiosamente também de apelido Simeone (sem relação familiar), Carmelo de primeiro nome.