Great Scott #960: Quem é o herói do Rio Ave na ½ final da Taça de Portugal 1984?
Alfredo
Campo da Avenida, em Vila do Conde. Pelado agreste, dos bons. Joga-se o desempate da ½ final da Taça de Portugal, após o 0:0 em, Guimarães, e o vencedor encontra o favorito FC Porto no Jamor.
O Rio Ave de Félix Mourinho ganha vantagem aos 69’, obra de N’Habola. O avançado ganha uma bola pelo ar e engana Silvino com um toque subtil. Ainda que Costeado a tivesse tirado da baliza, rente ao poste, tanto árbitro (Vítor Correia) como fiscal-de-linha (Pinto Beja) confirmam o golo. É a loucura nas bancadas, 12 mil pessoas em transe. O Vitória da dupla Murça/Djunga empata no fim, por Paquito, na sequência de um canto da esquerda.
O prolongamento é uma realidade triste, sem qualquer apontamento de reportagem. É necessário o recurso ao desempate por grandes penalidades. Começa o Vitória, por Eldon (0:1). Seguem-se-lhe Duarte (1:1), Gregório Freixo (1:2), Carvalho (2:2), Murça (2:3) e Quim (3:3).
Avança Costeado, visivelmente contrariado – diria depois aos jornalistas: ‘Ninguém queria marcar.’ O resultado é uma bola ao lado e o consequente delírio da massa associativa. Carlos Manuel confirma a euforia desmedida com o 4:3. Agora é a vez de Tó Zé e Alfredo vira herói da eliminatória com uma defesa meritória.
O Rio Ave não precisa do último penálti, já está na final da Taça de Portugal pela primeira vez. Nas Antas ou no Jamor? A direcção do Rio Ave prefere a casa do FC Porto, os jogadores elegem a então casa da selecção nacional. A federação escolhe Jamor e o FC Porto ganha por confortável 4:1 numa tarde épica em que todos os titulares do Rio Ave se apresentam com bigode e barba. Olé.