Great Scott #962: Quem é o primeiro português da selecção a marcar sob relva aquecida?

Jacinto João

Aleluia, aleluia. Oito jogos (e dois anos depois), a selecção ganha novamente e, ainda por cima, fora de casa. É o jogo de abertura do grupo 5 de qualificação para o Euro-72 e Portugal comete a proeza de ganhar 1:0 aos amadores da Dinamarca. A viagem até Copenhaga faz-se com escala em Bruxelas. À passagem dos Pirinéus, o avião treme por todos os lados e Matine acusa o toque – não só se sente mal como vomita o jantar, já no voo Bruxelas-Copenhaga.

Instalados no hotel Hvide Hus (à letra, Branca Casa), a 15 quilómetros de Copenhaga, a selecção pernoita, depois treina e ganha. Sem convencer. Aliás, Damas é eleito o melhor em campo e isso já diz tudo sobre a nossa fragilidade. Claro, a vitória é o mais importante. Dois pontos e vamos embora que se faz tarde. Só que a exibição é francamente negativa, sem ponta por onde se pegue. O entrosamento é inexistente, a falta de ideias é gritante. O golo solitário resultado de um livre directo de Peres, marcado com força. Poulsen defende para a frente e o setubalense Jacinto João, o verdadeiro jota-jota, empurra calmamente para a baliza. Nos restantes 60 minutos, Damas exercita-se a valer e segura a vantagem naquele que é o primeiro jogo de Portugal em relva aquecida. Verdade, a Dinamarca já está no futuro e mete aquecimentos debaixo do relvado para fugir a um terreno enregelado.