Great Scott #990: Primeiro reforço de Berlusconi no Milan?
Donadoni
A carreira de Roberto Donadoni é um mimo. Campeão da 3.ª divisão italiana em 1982, pela Atalanta, também o é da 2.ª (1984) e, depois, da 1.ª (sempre pelo Milan, e seis vezes). Poucos têm este currículo tão vasto e expressivo.
Como se isso fosse pouco, é um internacional italiano de primeira água como titular na final do Mundial-94, perdida para o Brasil nos penáltis, no Rose Bowl (Los Angeles). Quatro anos antes, é seu o primeiro falhanço num outro desempate por penáltis, na ½ final vs. Argentina, em Nápoles. A defesa de Goycoechea antecipa o inevitável, a Itália é relegada para o jogo da consolação.
De volta à carreira de clube, Donadoni é um artista pouco falado naquele Milan dos três holandeses. Na final europeia 1989, vs. Steaua, em Barcelona, faz uma assistência para o 3:0 de Gullit. Na final europeia 1994, vs. Barcelona, em Atenas, também faz uma assistência para o 2:0 de Massaro. Curiosidade, ambos os jogos acabam 4:0.
A velocidade, aliada ao drible curto, fazem a delícia de qualquer adepto de bola. Vai daí, Donadoni sai da Atalanta e assina pelo Milan em 1986, a troco de 10 milhões de liras. Curiosidade, é o primeiro reforço da era Silvio Berlusconi, então recém-empossado presidente do Milan.
O negócio é uma aventura, como quase todos. A Juventus, diz a imprensa desportiva, está em cima de Donadoni e o presidente da Atalanta já marcara viagem até Turim com a ideia fixa de dar o sim à transferência. Acontece Berlusconi.
O homem, visionário e revolucionário, entre todas coisas mais e más, cobiça tanto Donadoni que desvia Achille Bortolotti de Turim e leva-o para Arcore, uma cidade pequena na Lombardia, onde Silvio mora na Villa San Martino. A partir daí, Donadoni não é mais da Juventus e assina pelo Milan, clube sem qualquer título de campeão da 1.ª divisão desde 1979. A retoma começa aqui, com Berlusconi e Donadoni. O resto é um conto de fadas tornado realidade.
