Great Scott #1013: Único guarda-redes do Vitória FC a defender um penálti na UEFA?
Joaquim Torres
De 1968 até 1974, o Vitória FC acumula 44 jogos europeus e chega quatro vezes aos ¼ final, com eliminatórias épicas vs. Fiorentina, Liverpool, Anderlecht, novamente Fiorentina, Inter e Leeds.
A epopeia vs. Leeds é notável e até representa o canto do cisne, o último grande momento do Vitória na UEFA. Estamos em 1973-74 e a equipa de José Maria Pedroto afasta duas equipas belgas de seguidas. Primeiro é o Beerschot, depois o Molenbeek. Se o obstáculo inicial é ultrapassado com relativa facilidade, graças a duas vitórias por 2:0, o segundo adversário é mais espinhoso e é preciso a nova lei dos golos fora para libertar o grito da alegria, com 1:0 no Bonfim e 1:2 em Bruxelas.
O sorteio da terceira eliminatória dá Leeds e o jogo em Elland Road é movimentado até mais não. Aos 40 minutos, o uruguaio Câmpora é expulso por falta sobre McQueen, O inglês rebola pelo chão aos gritos e o árbitro dinamarquês é mais levado pelo aparato. Com dez elementos, o Vitória entra menos afoito para a segunda parte e só sofre o golo solitário aos 72’, num remate sem preparação do lateral-esquerdo Cherry entre uma floresta de pernas.
Cinco minutos depois, aos 77’, penálti na área do Vitória. Chamado a marcar, Lorimer avança e atira para defesa de Joaquim Torres com o joelho. A recarga também é do guarda-redes português, herói em dose dupla. O momento é importante, até crucial. Com 1:0 no marcador, o Vitória recebe o Leeds no Bonfim de forma mais descontraída e o 3:1 final evidencia a atitude p’ra frente.
Algarvio de nascimento, natural da Fuzeta, o bom do Joaquim Torres embarca para Setúbal aos 18 anos de idade. Ainda passa quatro épocas a apanhar bonés, por culpa da titularidade de Félix Mourinho. A partir de 1970, assume-se como o dono da baliza do Vitória e assim se mantém até 1976. Assina então pelo FC Porto, onde é campeão português em 1979.