Great Scott #1064: Quem apura Portugal para os Jogos Olímpicos 2004?
Carlitos
O Euro-2004 é um evento grandioso e é vivido em dose dupla. Há o Euro-2004 em Portugal, com seleccção seniores, e também há o Euro-2004 na Alemanha, com sub21.
Dos 22 convocados por José Romão, só dois saem da esfera dos três grandes: Hugo Viana (Newcastle) e João Paulo (U. Leiria). O capitão é o número 11 Jorge Ribeiro. Que comecem os jogos, de redobrado interesse pela qualificação automática dos três primeiros para os Jogos Olímpicos desse ano.
O arranque é penoso, no grupo B. Um golo de Hugo Almeida ainda dá um ar de sua graça, a reacção da Suécia é autoritária e toma lá 3:1, em Mannheim. Dois dias depois, a 20 Maio, em Mainz, 2:2 vs. Suíça com mais um golo de Hugo Almeida (e outro de Carlos Martins, de penálti).
É obrigatório ganhar à anfitriã Alemanha para seguir em frente e Portugal saca um brilharete. Hugo Almeida desata o nulo, Schweinsteiger empata à beira do intervalo e Lourenço fixa o 2:1 aos 78 minutos em Mainz. É uma alegria infinita.
Ou não, a ½ final vs. Itália vira pesadelo com 3:1 sem espinhas. Gilardino abre e fecha o marcador, em Bochum. Ponto final? Ainda não. O jogo de 3.º e 4.º lugares não é, desta vez, o da consolação e sim o da consagração. O vencedor garante um lugar em Atenas. Repete-se a Suécia, agora em Oberhausen.
Ao intervalo, 1:0 por obra de Elmander, já nos acréscimos. Embora apertado por Raul Meireles, o avançado sueco controla e engana Moreira – o mesmo Elmander que já vira Miguel Garcia tirar um golo certo na linha.
Na segunda parte, Elmander continua imparável e obriga Moreira a duas defesas atentas. Mais à frente, em acção ofensiva, Elmander faz penálti sobre Danny e o mesmo é marcado pelo recém-entrado Hugo Viana. Um-um aos 76’, e agora?
Agora é magia. Danny apanha uma bola na esquerda e abre para Jorge Ribeiro, cujo remate apanha desprevenido o guarda-redes Wiland. Estamos com 84 minutos, falta pouco para o apito final do árbitro francês Layec.
Em cima da hora, um canto da direita de Farnerud é concluído por Rosenberg à boca da baliza. Empate outra vez. Vamos para prolongamento, 30 minutos divididos por duas partes de 15. Portugal cresce, com Carlitos muito mexido e Jorge Ribeiro rematador qb. Wiland mostra serviço, enquanto Moreira é só mais um espectador.
Aos 114’, portanto a seis minutos do desempate por grandes penalidades, uma bela jogada de Danny pela direita é finalizada por Carlitos sem apelo nem agravo. Os últimos minutos são de alguma atrapalhação e Farnerud até vê um amarelo por se fazer ao penálti. Danny é eleito o melhor em campo e a festa portuguesa dura até às tantas.
Nos Jogos Olímpicos propriamente ditos, Portugal é uma sombra de si próprio e sai do torneio ainda na fase de grupos, em último lugar do grupo – tal como a Sérvia, vice-campeã europeia; só a Itália é que se safa desse Euro-2004, com a medalha de bronze.
Carlitos, esse, não faz parte dos 18 convocados por José Romão, na ressaca de uma época em que é emprestado pelo Benfica ao Poli Ejido, da 2.ª divisão espanhola.