Great Scott #302: Primeira selecção portuguesa com mais emigrantes que nacionais no onze?
Alemanha (1996)
Qualificação para o Mundial-98, é dia de Portugal vs Alemanha na Luz, a 18 Dezembro 1996. Dois treinadores medrosos encontram-se na Luz (Artur Jorge de um lado e Berti Vogts do outro) e o jogo é uma nulidade tremenda. À excepção da fabulosa jogada de João Pinto, aos 80 minutos, quando parte Köhler, Ziege e Sammer antes de rematar para defesa sensancional de Köpke. Esse lance marca em definitivo o jogo e faz esquecer o exagero de bolas ao lado ou por cima.
Franz Beckenbauer, sentado no sofá da sua casa na Alemanha, está maravilhado: “Este João Pinto é genial! Que lance! Isto só ao alcance dos melhores do Mundo.” Também Vogts reage com natural satisfação. “Aquilo foi uma obra de arte. Agradeço a Köpke pela excelente defesa que manteve o nulo e quero dizer que Portugal tem o mesmo nível técnico da França.” Errr, talvez não. E isso será mais que visível daí a um mês no corte de relação entre Artur Jorge e toda uma nação. Arrepiamos caminho e recordamos o 11 da selecção com Baía (Barcelona), Secretário (Real), Couto (Barcelona), Hélder (Depor), Dimas (Juve), Oceano (Sporting), Figo (Barcelona), Rui Barros (Porto), Rui Costa (Fiorentina), Paulinho Santos (Porto) e JVP (Benfica). Ao todo, quatro jogadores da 1.ª divisão portuguesa entre dois portistas, um sportinguista e um benfiquista. Os restantes sete elementos jogam no estrangeiro, cinco dos quais em Espanha (três no Barcelona) e outros dois em Itália. É inédito, mais emigrantes que nacionais. Daí para a frente, vai ser sempre assim.