Great Scott #20: Quem é o primeiro português a marcar num campeonato estrangeiro?
Bravo, Real Sociedad 1948
José Maria Gomes Bravo. Memorize este nome, é o mais importante de todos na ligação futebolística entre Portugal e o resto do mundo. É ele o primeiro a transferir-se (Estoril-Real Sociedad), a marcar um golo, a marcar na estreia, a marcar em jornadas seguidas, a marcar aos pares, a marcar aos três de uma vez, a descer à 2.ª divisão (1948) e a subir à 1.ª (1949).
Tudo isso é Bravo, um médio nascido nos Olivais a 30 Agosto 1917. Joga e faz jogar no Estoril como gente grande. Na época 1947-48, o Estoril comete a proeza de vencer todos os primeiros sete jogos em casa para a 1.ª divisão. Fora de casa, um vistoso 3:2 ao Benfica. Há quatro figuras maiúsculas nessa epopeia, entre Mota, Lourenço, Raúl Silva e Bravo. De todos, só Bravo não chega à selecção. De todos, só Bravo joga no estrangeiro. A Real Sociedad chega-se à frente a meio da época e Bravo aterra em San Sebastian na semana em que dá nas vistas no 4:1 ao FC Porto.
É titular de caras no 11 de Benito Díaz e repete o resultado da semana anterior de 4:1, agora ao Celta Vigo. Está 3:0 e “Bravo arranca um pontapé suave, cruzado, sem hipótese para o guarda-redes”. A descrição é do jornal catalão “El Mundo Deportivo”. Curiosamente, o Real Sociedad-Celta até é para ser adiado. Cai um forte nevão na noite anterior e o campo está impraticável. Só que a federação espanhola, em conjunto com as autoridades bascas, resolvem o assunto para evitar mais despesas extra por parte do Celta Vigo. Assim, afasta-se a neve como pode e espalha-se areia pelo campo todo.
