Great Scott #235: A quem marca Maradona o único golo da sua carreira vs portugueses?

Great Scott Mais 03/01/2021
Tovar FC

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Great Scott #235: A quem marca Maradona o único golo da sua carreira vs portugueses?

Boavista

Diego acaba de aterrar a Itália e ainda está a apalpar terreno à sua vida em Nápoles. Aliás, tanto ele como a sua família ainda vivem no hotel, à procura de uma casa. É precisamente nesse hotel que o Boavista faz serão antes de jogar com o Nápoles a 12 Setembro 1984.

É um dia marcado por selecções. A nossa, por exemplo, ganha 1:0 na Suécia. Golo de Gomes. A da Irlanda, outro exemplo, surpreende a URSS. Golo de Walsh. De Estocolmo até Dublin, dois golos do FC Porto. O rival Boavista anda pelo sul. O onze de Mário Wilson contempla nomes como Alfredo, Queiró, Adão, Frederico e Phil Walker; Almeida, Parente, Alves e Palhares; Filipovic e José Rafael. O onze do Nápoles é qualquer coisa como Diego e mais dez. Nas bancadas do San Paolo, 30 mil espectadores. É a febre de Diego, e também a febre do bilhete família (quem o compra, acumula o direito de se fazer acompanhar por mulher ou filho).

Aos 5’, Bertoni e Diego combinam bem em velocidade e técnica. O remate do 10 sai ligeiramente ao lado. Aos 24’, falta de Frederico e livre directo para Maradona. Mais uma bola ao lado. Em cima do intervalo, 1:0 para o Nápoles. Outra falta de Frederico à entrada da área e, desta vez, é Bertoni quem marca o livre. Na mouche, Alfredo nem a vê.

Na segunda parte, mais golos. Aos 49 minutos, Dal Fiume e Bertoni baralham a defesa do Boavista e invadem a área. Diego recebe e bate Alfredo, só que Queiró mete mão à bola na linha de golo. É penálti, claro. Diego avança e 2:0. Eis o primeiro e único golo vs portugueses – ele que jogara pela Argentina vs Benfica em 1982 e actuaria duas vezes vs Sporting, ao serviço do Nápoles, na Taça UEFA 1989-90.

Acto contínuo, outro penálti. Acredite, sobre Frederico (sempre ele, mais presente que o próprio Diego, chi-ça). Adão atira ao poste. Aos 83’, Caffarelli isola-se, encara Alfredo e atira cruzado, sem hipótese. Antes do apito, Coelho fixa o 3:1. É o Boavista a dar um ar de sua graça – acabaria a 1.ª divisão dessa época 1984-85 em quarto lugar, sem perder nem sofrer golos dos três grandes no Bessa (FCP 1:0, SLB e SCP duplo 0:0). Já o Nápoles é oitavo. Dez anos mais tarde, o Boavista regressa a Nápoles para a segunda eliminatória da Taça UEFA. De um lado e do outro, só um repetente: o guarda-redes Alfredo. Que sofre dois golos de Massimo Agostini (titular, a par de um tal André Cruz). Só depois o brasileiro Luciano sela o definitivo 2:1, insuficiente para a equipa de Manuel José arrepiar caminho.

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