Great Scott #292: Qual é a selecção vencedora no ensaio do Euro-88 na RDA?

Great Scott Mais 05/19/2021
Tovar FC

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Great Scott #292: Qual é a selecção vencedora no ensaio do Euro-88 na RDA?

Suécia

RFA, 5. Noruega-Suécia-Dinamarca, 1. Inglaterra, 0. A votação para o Euro-88 é limpa, limpinha. Ganha a RFA, 14 anos depois de organizar o Mundial-74. Nessa ocasião, Berlim recebe três jogos. Agora nem um. Tudo porque o Bloco de Leste não reconhece Berlim como parte da RFA. Vai daí, a UEFA impede a RFA de nomear Berlim como cidade-sede. As federações de URSS e RDA criticam ruidosamente. Em vão, a RFA acata as ordens da UEFA. Posto isto, eis as oito cidades: Munique, Hamburgo, Estugarda, Frankfurt, Colónia, Düsseldorf, Gelsenkirchen e Hannover.

Sensibilizado pelas queixas de URSS e RDA, o senhor presidente da federação alemã chamado Hermann Neuberger decide organizar um torneio com quatro selecções em Berlim. O convidado de luxo é a Argentina, campeã mundial em título. Juntam-se-lhe outros dois convidados (URSS e Suécia), além da anfitriã RFA. O torneio é relâmpago, começa a 31 Março e acaba a 2 Abril. Quatro jogos em Berlim, todos no Estádio Olímpico, feito por Hitler (salvo seja) por ocasião dos Jogos Olímpicos-36.

O primeiro jogo é o Argentina vs URSS, com apenas 17 mil espectadores num estádio com capacidade para 70 mil. A surpresa toma conta de tudo e todos, 4:2 para a URSS. Ao intervalo, já há 2:1. Zavarov abre a conta aos 14’, Litovschenko aumenta no minuto seguinte e Troglio reduz aos 18’. Na segunda parte, Protasov faz o 3:1. Cabe a Maradona o 3:2 de livre directo, com a bola a embater ainda em Baltacha e trair Dasaev. Até final, o 4:2 de penálti a cargo de Protasov.

Poucos minutos depois, Alemanha vs Suécia já com 23,709 pessoas. Uauuuu, que fiasco. Allofs assina o 1:0 aos 42 minutos e Truedsson empata aos 74’. Nos penáltis, Matthäus e Völler falham o alvo. Do lado sueco, Prytz, Larsson, Strömberg e Thern acertam as suas tentativas. Acaba 4:2.

Dois dias depois, 25 mil espectadores apresentam-se para ver o Argentina vs RFA, reedição da final do Mundial-86. Reedição à séria, porque a RFA volta a jogar de verde. Desta vez, decide um golo de Matthäus à passagem da meia-hora. Os argentinos nem passam do meio-campo até ao intervalo. Depois, lá se aventuram sem incomodar propriamente o guarda-redes Immel. No regresso a casa, as críticas da imprensa argentina são mais que muitas, a incidir sobretudo na eleição do Hotel Bristol Kempinski, onde o átrio se encontra pejado de mulheres, crianças, dirigentes e olheiros. O descanso é nulo.

A final junta Suécia e URSS. As mesmas 25 mil pessoas no Olímpico assistem ao inacreditável 2:0, obra de Eskilsson (reforço do Sporting nesse Verão em 1988) e Holmqvist, aos 56 e 88 minutos. A máquina de Lobanovsky emperra na final. Um pouco à imagem do Euro a sério, daí a dois meses (outro 2:0, vs Holanda).

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