Great Scott #358: Única final olímpica com jogadores da nossa 1.ª divisão nas duas selecções?
2000
Anos e anos à espera. De repente, o continente africano deixa a sua marca em dose dupla: Nigéria 1996, Camarões 2000.
Na última edição do século XX, em Sidney, a magia está no ar. Há Pirlo e Nesta (Itália), Ronaldinho (Brasil), Suazo (Honduras), Zamorano, Tello e Contreras (Chile), Donovan (EUA), Nakata e Inamoto (Japão), Fortune e McCarthy (África do Sul), Heinz e Jankulovski (Rep. Checa). A final é inédita, como quase sempre. Frente a frente, dois segundos classificados da fase de grupos: Espanha e Camarões.
Na fase a doer, Espanha elimina Itália (1:0 de Gabri) e EUA (3:1) dentro dos conformes. Já Camarões precisa de um prolongamento para afastar o Brasil. O empate de Ronaldinho chega apos 90’+4 em resposta ao madrugador 1:0 de M’Boma aos 17’. No tempo extra, M’Bami marca o golo de ouro aos 113’. Na ½ final, a emoção é enorme a partir do minuto 78. Abanda faz autogolo a favor do Chile, 1:0. Aos 84’. M’Boma iguala e, em cima dos 90, Lauren vira para 2:1 de penálti.
No dia 30 Setembro 2000, ao meio-dia em Sidney, discute-se o ouro olímpico. Na história, só a Espanha conquistara a distinção máxima, em 1992, com Guardiola e Kiko, entre outros. No onze de Iñaki Sáez, há um miúdo chamado Marchena com o número 4. É reforço do Benfica desde 6 Junho 2000, um pedido de Heynckes a troco de 1,2 milhões de contos via Valencia. No banco dos Camarões, um jovem avançado chamado Meyong veste o 2. É do Vitória FC, autor de dois golos na 1.ª divisão 1999-2000.
A Espanha acelera e chega ao 2:0 ao intervalo, por Xavi (2’) e Gabri (45’+2). Na segunda parte, Amaya reduz na própria baliza (53’) e Eto’o assina o empate (58’). Até final, mais nada. No prolongamento, o último instante é injusto para Eto’o. O avançado recebe uma bola em jogo e marca à saída de Aranzubia. O árbitro mexicano, por indicação do fiscal-de-linha, assinala fora-de-jogo. Mal, Lacruz coloca Eto’o em jogo. Calma, errar é humano. Afinal de contas, Espanha já joga com nove elementos por expulsões de Gabri (entrada dura) e José Mari (simulação de uma falta, pela segunda vez) aos 70 e 90 minutos.
Acto contínuo, Felipe Ramos apita para o final e há penáltis, uma situação inédita em finais olímpicas. M’Boma marca, Xavi também, Eto’o idem, Capdevila idem idem, Geremi aspas, Amaya aspas asp… Nada disso, Amaya acerta na trave. Já não lhe basta o autogolo, toma lá o erro fatídico. Lauren aspas aspas, Albelda adia o título, Womé despacha serviço com o pé esquerdo.