Great Scott #434: Único jogador a perder duas finais europeias vs Benfica?

Tejada

O Benfica é o primeiro clube português a sagrar-se campeão europeu. Estamos em 1961 e o favorito Barcelona apanha 3:2 em Berna. No ano seguinte, o Benfica repete a proeza, agora vs Real Madrid e por números mais vistosos (5:3), em Amesterdão.

Há nove benfiquistas repetido de um ano para o outro: Costa Pereira, Mário João, Germano, Ângelo, Cavém, Cruz, José Augusto, Coluna e Águas. Do lado espanhol, entre Barcelona e Real Madrid, há um repetente. Chama-se Tejada, Just Tejada i Martínez.

Titular do Barcelona desde 1953-54, é um extremo direito de qualidade acima da média com 126 golos em 245 jogos distribuídos por oito épocas. O adeus de Tejada é precisamente em 1960-61. Na ressaca da final perdida, a direcção do Barcelona coloca quatro jogadores como transferíveis (Czibor, Kocsi, Villaverde e você-sabe-muito-bem-quem).

Tejada é o primeiro a sair, para o Real Madrid. A ideia é de Di Stéfano, admirador da velocidade capacidade técnica do número 7. Ainda por cima, o lugar de extremo-direito do Real Madrid está órfão pela ineficácia do brasileiro Canário e doença de Herrera.

Sem esforço por aí além, Tejada encaixa-se com naturalidade no onze e marca sete golos na Taça dos Campeões 1961-62, tantos quanto Di Stéfano. Nesse percurso, Tejada acumula dois bis, um na estreia vs Vasas, em Budapeste (2:0), e outro no desempate dos ¼ final vs Juventus, em Paris (3:1). Na final, o hat-trick de Puskas na primeira parte de nada lhe vale. Nem ele nem ao Real Madrid. O Benfica vira o resultado após o intervalo de 2:3 para 5:3 e levanta a taça para desespero de Tejada.

Como curiosidade da ligação portuguesa de Tejada, o extremo-direito estreia-se na selecção espanhola em Abril 1958. O adversário é Portugal, com Carlos Gomes à baliza e Matateu a número 9. Acaba 1:0, golo de Di Stéfano a cinco minutos do fim.