Great Scott #450: Único clube eliminado três anos seguidos na ½ final da Taça dos Campeões?

Great Scott Mais 12/30/2021
Tovar FC

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Great Scott #450: Único clube eliminado três anos seguidos na ½ final da Taça dos Campeões?

Real Madrid

Real Madrid, campeão espanhol 1986 com melhor marcador incluído (Hugo Sánchez). Real Madrid, campeão espanhol 1987 com melhor marcador incluído (Hugo Sánchez). Real Madrid, campeão espanhol 1988 com melhor marcador incluído (Hugo Sánchez).

O domínio do Real Madrid em Espanha é avassalador. E na Europa, que tal? O ano 1986 é do best, com a reconquista da Taça UEFA numa final a duas mãos vs Colónia (5:1 no Santiago Bernabéu, 0:2 no Olímpico de Berlim). No ano anterior, a vítima fora o Videoton. Posto isto, o Real Madrid está pronto para a grande aventura da Taça dos Campeões.

Ou não?

(…)

A primeira época começa mal, com derrota por 1:0 em Berna vs Young Boys. Na segunda mão, cinco-secos com bis de Butragueño. Na segunda eliminatória, o campeão italiano. Butragueño faz o 1:0 no Santiago Bernabéu e é de Cabrini o 1:0 em Turim. A Juventus é eliminada nos penáltis em casa. Nos 1/4 final, um valente susto em Belgrado com 3:0 ao intervalo vs Estrela Vermelha. No final, o 4:2 é um mal menor — vale o bis de Hugo Sánchez. No Bernabéu, mais um golo de Sánchez e outro de Sanchís, o central, selam o caminho para a meia-final.

O menu contempla como possíveis adversários o campeão da URSS, o de Portugal e o da Alemanha. O sorteio junta Porto e Dínamo Kiev, sobra o Bayern. Em Munique, 3:1 ao intervalo. É de Matthäus o 4:1, bis de penálti. Quinze dias depois, o Real Madrid só ganha 1:0, por Santillana aos 28′. Dois minutos depois, Augenthaler é expulso. Nem a jogar com mais um elemento durante uma hora o Real dá a volta ao Bayern, finalista vencido vs Porto em Viena.

A segunda época na Taça dos Campeões é mais especial ainda, porque o Real começa por eliminar outro campeão italiano, agora o Nápoles. E em condições bizarras, porque o jogo da primeira mão é à porta fechada, imposição da UEFA pelos incidentes verificados vs Bayern. Acaba 2:0 com penálti (Michel) e autogolo (Di Napoli). No San Paolo, o lateral-esquerdo Francini ainda dá esperança, só que o 1:1 de Butragueño é fatal como o destino.

Segue-se o campeão europeu em título. No Luis Casanova, em Valencia (campo neutro pelo tal castigo da UEFA), o Porto marca primeiro por Madjer. O Real só dá a volta nos últimos 10 minutos, através de Hugo Sánchez e Sanchís. Nas Antas, a mesma receita da reviravolta. Ao 1:0 de Sousa aos 23 minutos, responde Michel com um bis na segunda parte.

Venha de lá o Bayern e a desejada vingança da época anterior. Em Munique, assusta o 3:0 aos 85 minutos. Butragueño e Hugo Sánchez minimizam então os estragos e o 2:0 no Bernabéu (Jankovic, Michel) vale o passe para o 1/2 final. O menu contempla como possíveis adversários o campeão da Roménia, o de Portugal e o da Holanda. O sorteio junta Benfica e Steaua, sobra o PSV. Em Madrid, 1:1 por Hugo Sánchez e Linskens. Em Eindhoven, o teimoso 0:0 vai até ao fim. O Real despista-se outra vez perto da meta.

À terceira é de vez? Errrrrr. O Molde é presa fácil. Dupla vitória com golos de Butragueño em Espanha (3:0) e na Noruega (1:0). O Gornik Zabrze é o adversário seguinte. Na Polónia, basta um penálti de Hugo Sánchez. No Bernabéu, o momentâneo 2:1 favorável aos polacos sugere a saída prematura do Real. Só que a dupla do costume dá sinais de si: Butragueño empata e Hugo Sánchez fixa o 3:2.

Nos 1/4 final, o PSV continua a reinar a malta com empates e tal. Em Eindhoven, 1:1 por Butragueño e Romário. Em Madrid, outro 1:1 por Hugo Sánchez (penálti) e Romário. No prolongamento, Martín Vázquez desequilibra a balança e o campeão europeu salta borda fora. Meia-final, acto iii. Agora escolha entre Milan, Steaua e Galatasaray.

O sorteio dita Milan e é um desastre total. Para o Real, claro. No Bernabéu, ainda vá, 1:1 com Van Basten a responder a Hugo Sánchez. No Giuseppe Meazza, é um passeio inaudito com 5:0. É a maior goleada europeia do Real na Taça dos Campeões. Os milanistas divertem-se à grande e à italiana com golos para todos os gostos do número 7 ao 11 entre Donadoni, Rijkaard, Van Basten, Gullit e Ancelotti. Um festim sem igual, apenas quatro dias depois da primeira (e única) derrota do Real em todo o campeonato espanhol (2:0 em Vigo).

E em 1988-89? O Real nem chega aos 1/4 final da Taça dos Campeões, é travado pelo Milan (0:2 no Giuseppe Meazza, 1:0 no Santiago Bernabéu). Madre mía.

Para cúmulo, a situação repete-se na Liga dos Campeões, já no século XXI. Com Mourinho no banco e Ronaldo mais Pepe mais Coentrão em campo. BVB 2011, Barcelona 2012 e Bayern 2013 eliminam o Real Madrid, sempre no Bernabéu. À quarta tentativa, já na era Ancelotti, o Estádio da Luz contempla o 4:1 ao arqui-rival Atlético.

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