Great Scott #526: Primeiro português a ganhar a taça nacional em três países?
Rui Barros
Grande, enorme. Rui Barros, claro. A odisseia começa em 1988, um ano de ouro para o FC Porto com a conquista de Taça Intercontinental (vs Peñarol), Supertaça europeia (vs Ajax), 1.ª divisão (vs 19 concorrentes) e ainda Taça de Portugal (vs Vitória SC).
A final do Jamor é estilo cereja no topo do bolo, o 54.º jogo da época e uma vitória arrancada a ferros ao minuto 84, altura em que Jaime Pacheco isola Jaime Magalhães e Jesus é batido com uma bola por alto. Nessa tarde de 19 Junho, Ivic afasta Gomes do onze e entrega o número 9 a Rui Barros – o capitão é Lima Pereira. No caminho para a final, Rui Barros marca quatro golos: dois vs Estoril (2:1), um vs Boavista (2:2) e outro vs Benfica (1:0 a quatro minutos do fim, na ½ final das Antas).
Dois anos depois, Rui Barros levanta a Taça de Itália pela Juventus. E com estilo, 1:0 vs Milan em pleno Giuseppe Meazza. Vale um golo de Galia. Naquele 25 Abril 1990, o início de jogo de Rui Barros é o mais infeliz possível. A bola sai da Juventus, com Casiraghi a tocar para Schillaci. O número 11 recua e dá para Rui Barros, o 8. Além de deixar passar a bola, Evani é mais rápido e rouba-lhe o protagonismo. Adiante, o golo Juventino é aos 17 minutos. O passe de Marocchi é para Rui Barros, só que, mais uma vez, há alguém mais rápido que o português. É ele, Galia. Na cara de Galli, atira rasteiro e cruzado, sem hipótese. No final dessa época 1989-90, o Milan é campeão europeu (1:0 vs Benfica) e a Juventus ganha a Taça UEFA (vs Fiorentina, 3:1 e 0:0). Passa-se um ano apenas e é ver Rui Barros a falar com François Mitterand na tribuna VIP do Parque dos Príncipes. E porquê? O Monaco ganha 1:0 ao Marselha, obra de Passi em cima do minuto 90. O golo da equipa de Wenger é todo ele fabricado pelos suplentes, o 13 Ramón Díaz abre para o 12 Passi e toma lá disto ò Olmeta. Cinco minutos antes, o mesmo Olmeta vira a bola na trave num chapéu de 30 metros de Rui Barros. Diz o comentador da TF1: ‘Se fosse golo, seria uma obra de arte. Como não foi, vai entrar para a história do Parc’. Nessa noite de 8 Junho, dez dias depois da derrota do Marselha por penáltis na final da Taça dos Campeões vs Estrela Vermelha, o Monaco apresenta-se de 1 a 11 (Rui Barros 7, Sauzée 8, Weah 9, Djorkaeff 10) e o Marselha de 1 a 10 mais 13 (Vercruysse) – o 11 é Stojkovic, suplente utilizado na segunda parte.