Great Scott #547: Única equipa a visitar quatro vezes o mesmo país numa edição da Liga dos Campeões?
Leeds 2000-01
Branco mais branco não há. O equipamento todo branco do Leeds United é uma ideia de Don Revie, espectador atento em Glasgow à final da Taça dos Campeões 1960 entre Real Madrid e Eintracht Frankfurt. A magia do Real é ilimitada e o resultado de 7:3 confirma-o em absoluto, com quatro golos de Puskas e três de Di Stéfano.
Quarenta anos depois, o Leeds apresenta-se na Liga dos Campeões e é um dos candidatos a suceder ao Real Madrid, campeão europeu em 2000 (Valencia 3:0, em Paris). A final de 2001 está programa para Milão, no Giuseppe Meazza, e o Leeds conta com um plantel jeitoso às ordens de David O’Leary. Na baliza, os internacionais ingleses Nigel Martyn mais Paul Robinson. Na defesa, há Rio Ferdinand, Lucas Radebe (capitão), Woodgate e os laterais irlandeses Gary Kelly mais Ian Harte. No meio, Batty, Dacourt e Bowye dispensam apresentações. No ataque, um quarteto formidável entre Viduka, Smith, Robbie Keane e Kewell.
A qualificação para a Liga dos Campeões é com duas vitórias na pré-eliminatória vs Munique 1860, a primeira em casa (2:1), a segunda fora (1:0). Calha-lhe em sorte um grupo com Barcelona, Milan e Besiktas. O início é um choque, 4:0 em Camp Nou com bis de Kluivert. Seguem-se duas vitórias, vs Milan (1:0) e Besiktas (6:0), mais três empates (Besiktas 0:0, Barcelona 1:1, Milan 1:1).
Na segunda fase de grupos, o Leeds volta a entrar mal, muito mal (Real Madrid 0:2 em casa). Três vitórias consecutivas, duas das quais vs Anderlecht, animam a malta. Na segunda visita a Espanha nessa época, Raúl fixa o 3:2 para o Real Madrid. De mão na calculadora, o Leeds só precisa de empatar vs Lazio para seguir em frente. Meu dito, meu feito. Acaba 3:3 em Elland Road.
Nos ¼ final, Leeds vs Deportivo. Na primeira mão, assunto quase arrumado com 3:0, obra de Harte, Smith e Ferdinand. Duas semanas depois, o Depor ainda dá emoção com golos de Djalminha (9’) e Tristán (73’). Na ½ final, o Valencia puxa dos galões de vice-campeão em título e afasta o Leeds com 0:0 em Inglaterra e 3:0 no Mestalla.
Contas feitas, o Leeds visita Espanha quatro vezes na mesma edição da Liga dos Campeões e perde as quatro com um total de 12:2 em golos. Se passasse o Valencia, o Leeds encontraria o Bayern em Milão na reedição da famosa final Taça dos Campeões 1975.