Great Scott #564: Quem marca dois golos de canto directo no mesmo jogo?

Great Scott Mais 06/16/2022
Tovar FC

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Great Scott #564: Quem marca dois golos de canto directo no mesmo jogo?

Nguyen Thi Tuyet Dung

Cantos directos há muitos. O de Morais, por exemplo, na final da Taça das Taças-64. Ou o de André Cruz em Leverkusen, na Liga dos Campeões 2000-01. Ou o de Miguel Veloso em Ventspils, para a Liga Europa 2009-10. Isso mesmo, o Sporting é o rei incontestável dos golos olímpicos na UEFA. Três, um por competição, e todos na primeira parte, nenhum dos quais no José Alvalade.

Bonito, sem dúvidas. Agora, for something completely diferente, que tal dois golos de canto directo? E no mesmo jogo? E com o pé esquerdo e, depois, direito? Ah pois é, aí a porca torce o rabo. E com razão, é uma proeza inaudita. Só ao alcance de uma pessoa no mundo (dizemos nós entre parêntesis, como quem segreda ao ouvido). Chama-se Nguyen Thi Tuyet Dung, é vietnamita e joga a extremo-esquerdo.

Nos tempos livres, é uma mulher do campo, junta-se à família para ceifar culturas e plantar arroz. Dentro do campo, tem golos nas botas. Na selecção, já 46 em 61 internacionalizações. Na noite de 4 Maio 2015, por ocasião de uma jornada da fase de grupos da Taça da Ásia, a nossa Nguyen Thi Tuyet Dung abre o livro na segunda parte com um hat-trick. O resultado está 4:0 vs Malásia, quando há um canto no lado direito. A craque, número 7 na camisola, puxa do pé esquerdo e toma lá disto. A guarda-redes atira-se, voa. Qual quê, a bola entra no meio da baliza. É só rir.

Cinco minutos depois, jogada pela esquerda até à grande área, recepção de Nguyen Thi Tuyet Dung, finta uma, finta duas e atira com o pé esquerdo para o 6:0. O sétimo e último é aos 90’+1: canto da esquerda e fé no pé direito. A bola faz uma curva até ao poste mais distante e entra tranquilamente. Tal como a heroína, tranquila a festejar o momento único, sem correrias nem festejos desmedidos. Pelo contrário, Nguyen Thi Tuyet Dung vai a passo como quem não quer a coisa.

O caso roda o mundo todo, óbvio. E assim a Malásia, vestida à Peñarol, entra na história do futebol.

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