Great Scott #681: Último jogador a derrotar o Brasil na fase de grupos do Mundial?
Rekdal
Qualificado directamente para o Mundial-98 na qualidade de campeã em título, a selecção brasileira compete na Copa América-97 e dá-se bem. O penta é uma realidade mais-que-possível. Na estreia, 2:1 vs. Escócia. Segue-se o 3:0 vs. Marrocos.
Garantido para a próxima fase, o Brasil entra sem grande compromisso para o último jogo da fase de grupos, vs. Noruega, que empatara os dois jogos. Incapaz de controlar a língua, Zagallo inventa uma guerra com o seleccionador norueguês Egil Olsen. Em causa, a vitória dos noruegueses por 4-2 em Oslo, no ano anterior. Olsen, sem ironia nem desfaçatez, admite voltar a ganhar aos campeões do mundo, algo que não é aceite de bom tom por Zagallo. ‘Se eu fosse o treinador da Noruega, já estaríamos nos oitavos-de-final.’
Está o caldo entornado? Nem pensar, a Noruega não compra bate-boca com ninguém e, além disso, a brasileira Rosângela de Souza e o norueguês Oyvind Ekeland casam-se no relvado antes do pontapé de saída. A união faz a força e Olsen chuta para canto a provocação do Lobo mau.
Habituado a jogar em 4-4-2, o Brasil entra modificado em campo com 4-3-3, via-Denilson a titular. Outra mudança significativa é a entrada de Gonçalves para o lugar de Aldair, no centro da defesa. Seja como for, zero de emoção até aos 78 minutos. Aí, Bebeto abre o marcador.
No outro jogo, Marrocos faz pouco da Escócia (2:0 por Bassir e Hadda) e festeja a qualificação inédita para os oitavos. Nem o empate da Noruega, através do matulão Tore-Andre Flo, aos 83 minutos, arrefece os ânimos dos marroquinos. Tanto assim é que o benfiquista Tahar El Khalej dá beijos para a câmara de televisão na hora do 3:0 de Bassir.
Àquela hora nenhum marroquino (nem norueguês, provavelmente) sonha com a vitória da Noruega e é aí que aparece Júnior Baiano a fazer penálti. A decisão é polémica porque nenhuma repetição dá razão ao árbitro norte-americano Esfandiar Baharmast. Só dois dias depois, uma câmara de televisão sueca, instalada atrás da baliza do Brasil, valida o lance. No penálti, Rekdal engana Taffarel. Acaba 2:1 para a Noruega.
Com este resultado, Marrocos (3:0 vs. Escócia) volta para casa com quatro portugueses na bagagem: Saber (Sporting), El Hadrioui mais El Khalej (Benfica) e Chippo (Porto). Na conferência de imprensa, Zagallo é metralhado com uma série de perguntas. Porque não faz qualquer substituição? Como se sente depois de perder pela segunda vez com a Noruega?
Pergunta: quantas selecções ganham ao Brasil na fase de grupos? Fácil, Uruguai 1950, Portugal 1966 e Noruega 1998. Cortesia Rekdal.