Great Scott #756: Único jogador de campo a defender dois penáltis no mesmo jogo?
Serafim
Outubro 1951, dia 21. É um domingo, dia da 5.ª jornada da 1.ª divisão, e o Sporting recebe o Boavista no Lumiar. Apita Amaro Serrano, de Santarém. E o jogo começa mal para o árbitro, obrigado a expulsar o guarda-redes boavisteiro Mota aos 5 minutos, na sequência do 1:0 de Jesus Correia.
Diz ele, o Mota, que a bola não ultrapassa a linha. É impossível saber se sim ou não. Amaro expulsa Mota e, atenção, ainda não há substituições na lei nem sequer suplentes, muito menos banco dos ditos cujos. Lá, só senta o treinador. É então chamado à pedra Serafim, a alma mater desse Boavista, ao ponto de ter sido capitão de Portugal numa ocasião.
Serafim vai à baliza, Boavista com dez e agora? Para surpresa geral, o Boavista empata aos 41’ por Gaston. Só na segunda parte é que o Sporting desata o nó, à conta de mais dois golos de Jesus Correia, aos 73 e 90 minutos. Antes, ligeiramente antes, aos 66’, Serafim entra na história com dois penáltis defendidos na mesma jogada.
Na mesma jogada, como assim? A malta explica: Travassos atira e Serafim defende. À festa segue-se o escárnio e mal-dizer (dos boavisteiros, claro) pela ordem do árbitro em repetir o castigo máximo. Na repetição, Travassos atira e Serafim defende. Lindo, lindo, lindo. Mais lindo ainda porque Travassos tem 11 penáltis no seu currículo de 1.ª divisão e só falha esses dois.