Great Scott #972: Último jogador com licença sem vencimento a marcar na 1.ª divisão?

Great Scott Mais 02/15/2024
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Great Scott #972: Último jogador com licença sem vencimento a marcar na 1.ª divisão?

Silvério

Silvério António Pereira do Ó Beja. É um nome perdido na lista de honra da 1.ª divisão como actor secundário de um Belenenses forte em 1986-87 e autor de um golo em Portimão, vs. Portimonense, a 14 Setembro.

Silvério António Pereira do Ó Beja. Quem? Pois é, o homem chega de pára-quedas da 3.ª divisão, via União Santiago do Cacém, e só vai para o Belenenses porque assina uma licença sem vencimento na Caixa Agrícola, em Santiago, onde trabalha há seis anos. O seu estilo de jogo é cobiçado por Artur Jorge, ainda no Portimonense, em 1982. ‘Como estava a começar a trabalhar e a criar raízes na Caixa, declinei o convite. Gosto de jogar à frente dos centrais, sou rápido com a bola e possuo boa visão de jogo.’

Aparece então o Belenenses em 1986. O olheiro Joaquim da Conceição é um dos responsáveis. ‘Quando o Belenenses estava na 2.ª divisão, zona sul, e foi jogar com o Vasco da Gama de Sines, o Silvério ficou debaixo de olho.’ O tempo passa e… ‘no final da época passada [1985-86], fomos a Mira d’Aire para ver um lateral-direito e reparámos em Silvério.’ Uma observação é o suficiente. O treinador belga Henri Depireux pede a contratação de Silvério ao União de Santiago e assume o risco com uma série de tiradas fantásticas.

– Vou ser um papá para ele

– A sua contratação foi um acto de coragem

– É o jogador que eu esperava, tem personalidade

– Foi descoberto por acaso

– Espero que os árbitros o protejam

– Jogo defensivo é quase inexistente, tenho de lhe fazer uma preparação progessiva

A aposta de Depireux é imediata. Silvério é titular no jogo de apresentação do Belenenses no Restelo, vs. América Mineiro, e, depois, na jornada de abertura da 1.ª divisão, vs. Rio Ave. Surge o golo em Portimão, curiosamente como suplente. ‘Assinei um contrato profissional pela primeira vez e pode ser que seja o primeiro e último. Vai depender daquilo que conseguir render e, principalmente, da sorte que tiver.’

À pergunta sobre se admite abandonar a Caixa em definitivo, Silvério responde com cabeça. ‘Admito, se as coisas me correrem muito bem.’ E então? Não correm por aí além. É titular em alguns jogos, sempre no meio-campo, marca o tal golo em Portimão e pouco mais. Volta à Caixa e ao União, onde acaba a carreira em 1995, com 35 anos de idade.

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