Great Scott #155: Quem é o único boavisteiro a marcar no Bessa pela selecção?

Nogueira

Goleada atrás de goleada, Portugal toma-lhe o gosto. Depois do 5:0 à Escócia na Luz, 4:0 a Malta no Bessa no dia em que o presidente federativo Vítor Vasques anuncia a renovação do contrato com o seleccionador Carlos Queiroz até ao Euro-96. A distribuição dos números é curiosa: 7 Rui Costa, 8 Semedo, 9 Domingos, 10 João Vieira Pinto, 11 Cadete.

O abre-latas é Nogueira, curiosamente o único boavisteiro a marcar pela selecção no Bessa. O lateral, com o número 4, apanha uma bola solta na área e atira com o pé esquerdo, sem hipótese para Cluett. Tal como o 2:0 de Rui Costa, num remate cruzado à entrada da área em que a bola entra junto ao poste. Antes da meia-hora, o 3:0 de João Vieira Pinto – que acertaria duas bolas no poste. uma hora de jogo e Portugal só marca mais um golo, por Cadete. “Foi um golo de raiva, porque o público passou toda a segunda parte a assobiar-me numa atitude incompreensível.”

A propósito de Nogueira. É o segundo golo do homem na selecção. O primeiro é precisamente na estreia, em 1991, no Luxemburgo, ainda e sempre na era Queiroz. À falta de um mês para o decisivo jogo em Roterdão rumo ao Euro-92, a selecção visita Luxemburgo para ganhar o jogo e, vá, moral. Ora bem, nem uma coisa nem outra. O que é confrangedor, porque o Luxemburgo pertence à 2.ª divisão e meia da Europa.

Sem garra nem paixão, Portugal deixa-se contagiar pelos modestos atributos dos jogadores adversários e joga tão mal que até doi. Nogueira, um dos quatro estreantes lançados por Carlos Queiroz, dá um ar da sua graça como autor do 1-0 a abrir a segunda parte, só que o Luxemburgo consegue o empate numa grande penalidade a castigar falta de Neno sobre Weiss, após um mau atraso do capitão João Pinto. No penálti, Neno repele o primeiro remate e Weiss é mais feliz na recarga. Nas bancada, o holandês Rinus Michels é um espião cáustico: “Portugal joga antifutebol primário, recuso-me a adoptar este esquema.”